Noite fria depois da chuva.
No canteiro de uma rua.
Uma alma solitária.
Vasculha e revira.
O lixo de alguém.
Olhando pela fresta da janela
Observei aquele anônimo.
Em cena de coque estava lá.
Remexendo e revirando
O lixo de alguém.
Ouço dizer por ai...
Que é comum essa cena.
Em muitos canteiros e ruas
De cidades como a minha e a sua.
Assusta-me essa “naturalidade”!
Cada vez mais presente.
Em terras como a nossa.
Indiferença ou insensibilidade?
Diante de uma realidade da sociedade falsa.
Aonde todos como nascituro chegamos nesta vida.
E pela estrada vivemos a transformação:
Criança, adolescente e adulto.
Ancião observa os direitos.
Sobrepondo-se aos deveres.
Sufocando pela indignação todos nós.
Pelo menos!?
14/11/2007
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